O
uso de enzimas imobilizadas como solução para a conversão de resíduos líquidos,
sólidos gordurosos e ácidos graxos residuais para a produção de biodiesel
promete revolucionar o mercado brasileiro.
No
mercado existem vários resíduos oleosos ou gordurosos de difícil tratamento,
cuja viabilidade, economicamente e fisicamente, necessita ser comprovada para
que o mercado evolua. São na maioria resíduos de baixo valor econômico, variando entre
R$ 0,20 a R$ 1,00 por kg.
Existem
diversas fontes destes resíduos, entre as quais podemos citar:
1 - A formação de borra para eliminar os ácidos graxos e fósforo lipídeos,
denominados popularmente de “soapstock" que ocorre na produção de óleos
vegetais durante o processo de esmagamento da soja.
2
- Resíduos como ácidos graxos provenientes da destilação do óleo ou da gordura
no pré-tratamento ou na decantação do glicerol durante a produção de biodiesel.
Também
pode se encontrar grandes quantidades de “soapstock” em diversas usinas de
biodiesel.
3
- Nas graxarias a produção de gordura, para reduzir a acidez da mesma.
4
- Tratamento de esgotos de abatedouros resulta em grandes quantidades de borra
ácida.
5
- Tratamento de esgotos de cidades, produzindo "brown grease" (película
oleosa que fica acima da água).
Na
maioria, estas matérias primas têm um grande teor de vários contaminantes e
variam muito em qualidade e concentração. Algumas contem até 40% de água,
outras são sólidas na temperatura ambiente.
A
LPM do Brasil está introduzindo em parceria com várias empresas de
biodiesel no Brasil o uso de enzimas imobilizadas para converter estas matérias
primas em ésteres, como por exemplo, o methylester ou popularmente biodiesel.
A
grande vantagem do uso de enzimas imobilizadas é o fato que a enzima é capaz de
converter mono-, di- e triglicerídeos e até ácidos graxos puros em qualquer
concentração ou mistura. A presença de água torna-se até uma vantagem.
A
nova tecnologia de enzimas imobilizadas está recebendo o apoio da FAPERJ no
estado de Rio de Janeiro. Inicialmente na pesquisa laboratorial, mas agora na
implementação de uma miniusina em cooperação com duas usinas de biodiesel no estado
do Rio em conjunto com LPM do Brasil.
Até
o momento, um total de 7(sete) empresas brasileiras produtoras de biodiesel
concluíram os testes laboratoriais com resultados muito satisfatórios. Nos próximos
3 meses, mais 5 (cinco) empresas iniciam os testes. Foram testados óleo
degomado de soja, óleos com acidez até 50%, óleos de algodão e de castanha com
acidez elevada, borra de decantação de glicerina, ácidos graxos puros e óleo vegetal usado para
mencionar algumas das matérias primas.
A
expectativa é que a introdução das enzimas na produção de biodiesel aumente
bastante a lucratividade do mercado e resolva o destino de muitos resíduos que ainda
estão por aí.
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