segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Observações fitopatológicas do Girassol do projeto experimental F&R/FAPERJ

Observações de ocorrências fitopatológicas no plantio experimental do projeto F&R/FAPERJ em área cedida pela PESAGRO em janeiro de 2010, recebeu laudo técnico e recomendações de nosso colaborador e parceiro Helianthus do Brasil, os quais achamos deveras interessante disponibilizar aos nossos leitores que acompanham pelo blog o desenvolvimento das pesquisas com o girassol no RJ
Bom dia Peter,
Com certeza a chuva forte prejudicou a emergência das plântulas de girassol.
De acordo com as fotos enviadas, os sintomas são causados (murcha e conseqüente morte da planta) por fungos de solo que causam podridões radiculares e murchas das plantas e infelizmente pelas fotos não dá para identificar especificamente qual fungo está infectando as plantas.
As podridões radiculares e murchas em girassol são causadas por Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum, Macrophomina phaseolina, Verticillium dahliae, Fusarium spp. Um dos métodos de controle dessas enfermidades é o tratamento químico de sementes. Pode ser feito também o tratamento biológico de sementes e solo feito com o fungo Trichoderma
Tricoderma é um fungo que pode ser encontrado naturalmente em todos os solos do mundo e vive se alimentando de matéria orgânica ou de outros microrganismos.
Vocês trataram as sementes ?
Sclerotium rolfsii – causa podridão de raiz e da base do colo em uma ampla variedade de culturas. Os sintomas primários da podridão do colo manifestam-se com escurecimento e necrose dos tecidos dessa região. Posteriormente a necrose pode se estender para cima ou para baixo, além de causar estrangulamento da região basal do caule e nesse caso, as plantas exibem sintoma secundário de murcha. Em condições de alta umidade, observa-se desenvolvimento de micélio branco a partir das lesões localizadas no colo das plantas, similar à podridão causada por Sclerotinia sclerotiorum. A temperatura ótima para o desenvolvimento da doença varia de 25°C a 35°C e alta umidade relativa do ar. Solos encharcados e alta população de plantas (que não é o seu caso), aumentam a incidência da doença e a medida que o solo seca, a infecção avança para o nível abaixo da superfície e os sintomas de murcha tornam-se mais evidentes.
Sclerotinia sclerotiorum – este fungo pode produzir três sintomas diferentes em girassol, dependendo do órgão da planta afetado. A podridão basal pode ocorrer desde o estádio de plântula até a maturação. A infecção na base é principalmente observada a partir da floração, quando plantas doentes aparecem isoladas na linha. Logo após, mais plantas tornam-se infectadas, até que, próximo à maturação, podem ser observadas grandes reboleiras de plantas mortas nos campos de cultivo. O sintoma inicial é uma murcha súbita da planta, que pode recuperar a turgidez à noite ou após uma chuva, mas que, em poucos dias torna-se irreversível. Uma lesão marrom-clara, mole e encharcada aparece no caule, ao nível do solo, que pode estender até a 50 cm de comprimento e circundar o caule. Se houver umidade elevada, a lesão pode ser coberta por um micélio branco. O fungo também desenvolve-se internamente, destruindo os tecidos do caule. Muitos escleródios são formados dentro da parte da planta colonizada pelo fungo, porém poucos são encontrados na raiz e na parte externa. As plantas afetadas acamam facilmente. Temperaturas abaixo de 20°C e alta umidade relativa são ideais para a germinação do fungo.
Macrophomina phaseolina – o sintoma mais comum da podridão causada por esse este fungo é a desagregação dos tecidos da base da haste e das raízes, que apresentam coloração negra característica, em virtude da abundante produção de microescleródios do fungo, facilmente visível pela remoção da epiderme. Os caules severamente infectados apresentam-se ocos e facilmente quebradiços, muito suscetíveis ao acamamento. A medula destruída apresenta o aspecto de discos empilhados. O capítulo é menor de que o de plantas sadias. Os sintomas só aparecem a partir da floração, mesmo quando as plantas são infectadas nos estádios iniciais de desenvolvimento e as plantas secam prematuramente. A doença é mais severa em altas temperaturas – 35° a 39° C e baixa umidade.
Verticillium dahliae – a doença inicia-se pela clorose internerval de folhas, geralmente situada de um lado da planta, especialmente a partir da floração. As folhas tornam-se escurecidas, mas o halo amarelado persiste ao redor dos tecidos necrosados. Cortes da porção inferior do caule podem mostrar a descoloração dos tecidos vasculares invadidos pelo fungo. Podem-se observar amarelecimento e murcha de folhas e flacidez de capítulos. Plantas severamente afetadas apresentam redução do tamanho, capítulos menores e destruição do sistema radicular por fungos oportunistas. A medula do caule apresenta uma massa densa de coloração acinzentada formada por microescleródios do fungo.
Att Engª Agrª Ana Virgínia Dalossi Olivato Helianthus do Brasil Ltda. Fone: (34)3217-1766 Fax: (34)3217-1766

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