quinta-feira, 15 de abril de 2010

Alunos da UERJ realizam pesquisa sobre os impactos ambientais da instalação do COMPERJ sobre o APA de Guapimirim

Alunos do Curso de Licenciatura em Geografia da UERJ de São Gonçalo realizaram excelente trabalho de pesquisa de campo sobre os impactos ambientais da instalação do Complexo Petroquímico em Itaboraí/RJ.

O crescimento urbano esperado na região acarretará certamente na necessidade da ela boração de políticas públicas a nível municipal, estadual e federal para amenizar os diversos impactos esperados: econômico, social e ambiental.

Educação ambiental, treinamento e capacitação para a coleta seletiva, ações reguladoras e fiscalizadoras sobre as Áreas de Proteção Ambientais no entorno do COMPERJ são preocupações do projeto que Felicíssimo e Ramires com apoio da FAPERJ vem realizando com as Secretarias de Meio Ambiente dos municípios de Rio Bonito e Tanguá para a retirada e tratamento de biomassas líquidas residuais ( óleo de cozinha) evitando a contaminação de fontes subterrâneas e leitos de rios pertencentes as diversas bacias hidrográficas da região.

A área de proteção ambiental de Guapimirim (APA) compõem a maior área de manguezal preservada do Estado do Rio de Janeiro. A APA está localizada no fundo da Baía de Guanabara e possui uma extensão de 14.340 hectares abrangendo os municípios de São Gonçalo, Itaboraí, Guapimirim e Magé. Com coordenadas geográficas entre 22°46’ latitude sul e 42°57’ e 43°07 longitude oeste; limita-se ao norte com a rodovia BR-493 e a área urbana do município de Magé; ao sul com a serra de Itauna e a ilha de Itaoca; a leste com a rodovia BR-493 e o ramal de Itambi-Campos 8; e a oeste com a Baía de Guanabara.
Atualmente, a APA esta enfrentando alguns problemas em relação ao aumento da poluição da baía de Guanabara e, principalmente, com a construção do novo pólo petroquímico. O objetivo do presente estudo foi investigar a situação da população residente na APA, destacando a relação homem-natureza, e avaliar os prováveis efeitos da instalação do novo pólo petroquímico.
O grupo realizou 5 visitas à APA. A primeira visita foi feita para o reconhecimento do local e avaliação do estado da APA (fig. a, b e c). Na segunda visita puderam conhecer a sede e o chefe da APA, Breno Merreira cuja entrevista está abaixo. E durante as outras visitas conheceram e entrevistaram alguns moradores.
Durante a pesquisa de campo perceberam que a maioria dos residentes da APA vive em condições precárias não havendo saneamento básico. A comunidade vive basicamente da captura e venda de caranguejo. O período da pesquisa coincidiu com o periodo de defeso (época de reprodução de caranguejo), em que os catadores são proibidos de catar caranguejo. De acordo com o relato dos moradores, durante este periodo o governo disponibiliza uma ajuda de custo para os catadores cadastrados, no entanto, os moradores estavam reclamando de não ter recebido essa ajuda. Por causa disto, alguns moradores não respeitavam o defeso e continuavam a catar caranguejo. Será que eles estão errados? Eles estão sendo éticos quando eles infringem esta regra?

As obras do novo pólo petroquímico já começaram e não houve, até agora, nenhuma melhoria para essa comunidade. Onde esta a ética empresarial com essa comunidade? Será que esse centro industrial se tornará a reduque de Duque de Caxias, concluem os alunos. Estas indagações são preocupantes.

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